sábado, 4 de setembro de 2021

Cap.28 - A visita inesperada

 "Como é precioso o teu amor, ó Deus! Os homens encontram refúgio à sombra das tuas asas". (Salmos 36:7)

Depois que eles tiveram que doar seus gatos amarelos Lenny e Meggy para irem morar no seminário (clique aqui para relembrar essa história) e depois de todo sofrimento que viveram com essa separação, os dias foram seguindo. O coração do casal doía de saudades.

Depois de um tempo, o pai dele faleceu. Ela ficou de luto pela perda do sogro por mais de um mês e sentiu muita falta de seus dois gatinhos que sempre lhe faziam companhia em tempos de tristeza.

Numa noite em que ela não conseguia parar de chorar, seu filhinho dormia e seu marido estava na aula do seminário. Ela se sentiu particularmente sozinha. Outros pensamentos lhe vieram e a solidão bateu forte.

Foi então que ela começou a ouvir um barulho na porta. Estranhou. Eles moravam no último andar de um prédio de três andares. Era por volta de 22h. Talvez fosse um bicho, mas que bicho?

Quando abriu a porta, lá estava ele, um gatinho. 

Ele era amarelo e branco, como os seus! Ela não sabia de onde havia vindo, já que eles nunca o viram nas imediações do condomínio. Aliás, era proibido ter animais por ali.

Ele a olhou, miou e se esfregou em sua perna, como se a conhecesse há muito tempo. Quando o pegou no colo, ele começou a miar e fazer carinho, olhando-a com ternura. Ela simplesmente não acreditava no que estava acontecendo.

Então ficaram ali, "conversando":

- Papai do Céu mandou você aqui, foi? Você veio me fazer um carinho nessa noite triste?
Ele "respondia" fechando os olhinhos e miando do jeitinho mais fofo possível.

Ela lhe deu água para beber e amassou algumas bolachinhas com leite pra comer. 
Seu marido chegou da aula e não acreditou no que viu:

- Meu Deus, ele é muito parecido com o Lenny e a Meggy!!
- Eu sei, eu sei! - ela respondeu.
- Mas você sabe que não podemos ficar com ele...
- Eu sei, eu sei... - ela tornou a responder, já conformada.

O gatinho passou a noite com ela, dormindo ao seu lado.

Quando acordou no dia seguinte, percebeu que ele fazia aquela massagenzinha característica de gatinhos em sua barriga e ouviu aquele ronronado delicioso, de quem estava amando estar ali. 

Ela o pegou no colo, fez muito carinho, deu beijinhos e começou a se despedir com o coração grato. O colocou no chão da sala, agradeceu pela visita, chorou mais um pouquinho. 

Quando abriu a porta da sala, ele se esfregou em suas pernas miando e foi embora. 
Ela nunca mais o viu. 
E aquela visita inesperada ficou para sempre em seu coração.


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domingo, 29 de maio de 2016

Cap.27 - A placa

"Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno". (Hebreus 4:16)

Algo lindo sempre acontecia com aquela família, mas eles só percebiam quando de fato estavam "ligados" no mundo espiritual. Muitas vezes Deus nos fala, de diversas maneiras, mas não o ouvimos. Outras vezes ele nos faz coisas, nos dá coisas, nos livra, nos orienta. Mas se não estivermos com o coração atento, não perceberemos que foi algo vindo dEle. Chegaremos à conclusão de que tudo não passou de uma coincidência, de algo natural da vida, de algo que conseguimos pelos nossos méritos.

Desta vez eles estavam em outra cidade, uma bem distante de onde moravam, para realizarem o estágio daquele semestre. Ele deveria cumprir um determinado número de horas, trabalhando com algo na igreja daquele lugar. Ela faria a sua parte, cuidando do filho e auxiliando naquilo que fosse necessário.

Naquela ocasião, a igreja era pastoreada por um amigo do casal; sua esposa também era uma grande amiga. Sendo assim, tudo se tornou muito mais leve e os dias ali passados foram extremamente prazerosos. Ficaram hospedados na casa do casal, curtindo cada momento e colocando as conversas em dia.

Porém, há muito tempo algo a incomodava e ela trouxe este incomodo consigo na viagem. Era o terrível bruxismo. Durante o dia, enquanto realizava atividades que exigissem uma maior concentração, ou a noite, enquanto dormia, ela rangia os dentes de uma maneira muito forte. Tal ação involuntária estava causando o trincamento de vários de seus dentes, facilitando a quebra de alguns, bem como o amolecimento de outros. Vários de seus dentes já estavam com um aspecto "serrado", de tanto rasparem uns nos outros. Mas, como de costume, ela não comentou sobre esse assunto com ninguém.

No segundo dia em que estavam hospedados na casa do casal de amigos, a amiga lhe disse:

- Então, eu tomei a liberdade de arranjar uma coisa pra você.
- É mesmo? O que é?
- Tem uma odontologista em nossa igreja, muito competente e super gente boa. Falei de vocês pra ela e ela concordou de imediato em atender você de graça pra fazer algumas obturações que forem necessárias e uma limpeza em seus dentes.
- Poxa amiga, muito obrigada! Dentistas são sempre bem vindos em minha vida, ainda mais assim...
- Ela entende que atender pastores, seminaristas e missionários sem cobrar pela consulta seja uma forma de ofertar para o Reino de Deus.
- Que Deus a abençoe muito!

E lá foi ela para mais uma consulta com mais uma odontologista que Deus colocou em sua vida! Realmente, Deus tinha a sua maneira linda de agir, sempre nos detalhes.

Durante a consulta a dentista começou a perguntar sobre a vida do casal no seminário, sobre as matérias e o dia a dia. Quando menos esperavam, já estavam muito próximas, uma falando um pouco da vida da outra, "trocando figurinhas", orando juntas. A empatia surgiu simultaneamente. Foi quando a dentista disse:

- Olha só, estamos aqui obturando seu dente, mas tem um detalhe que preciso comentar. Estou reparando que você sofre de bruxismo, né?
- Sim...  
- Mas olha só, não é só o ranger não. Você também tem apertamento. Você fecha a mandíbula com muita força, apertando os dentes superiores com os inferiores e depois range, esfregando-os com muita força. O seu caso é bem sério, posso ver alguns danos bem característicos.
- Uau... Então eu também faço isso...
- Sim. Você precisa começar a se policiar durante o dia para relaxar a mandíbula quando perceber que está começando a praticar o apertamento. E durante a noite precisará usar uma placa. Mas no seu caso, uma placa de silicone não irá funcionar, pois você irá mastigá-la sem perceber e ela durará poucos dias. Você precisa de uma placa de acrílico.
- Hum... Uma placa de acrílico... Você sabe o valor de uma?
- Vamos fazer o seguinte: como você precisa urgentemente desta placa, nós vamos fazê-la. Depois nós conversaremos sobre a forma de pagamento, ok?

Voltando pra casa, ela não sabia se ria ou se chorava. Claramente Deus estava cuidando de sua saúde, fazendo com que aquela profissional esclarecesse tudo sobre o seu bruxismo e apontasse o tratamento necessário. Porém, mais uma vez, o dinheiro era um problema. Ela não tinha como pagar por aquela placa. Teria que arrumar um jeito. Chegando em casa, comentou com o marido e então oraram a Deus, agradecendo pelo Seu cuidado e pedindo que Ele continuasse a frente deste caso, inclusive da situação financeira.

Passaram-se algumas semanas até que a placa ficasse pronta. Eles haviam voltado para a casa no seminário e tentaram levantar alguma quantia para pagá-la. Decidiram não pedir ofertas a ninguém, tentando de outras formas. Não conseguiram muita coisa, mas o pouco que conseguiram, reservaram para pagar pelo menos uma prestação. Até que chegou o dia em que precisaram retornar àquela cidade para buscar a placa que já estava pronta e fazer os pequenos ajustes necessários para que o encaixe ficasse perfeito. 

Chegando lá, as notícias foram muito boas. A doutora estava muito feliz, os ajustes foram mínimos e a placa havia ficado perfeita.

- Querida, muito, mas muito obrigada mesmo pelo seu cuidado comigo. Que Deus abençoe sua vida e a de sua família, suprindo suas necessidades e ouvindo o seu clamor.
- Amém, querida, o prazer foi meu de poder lhe ajudar.
- Vamos conversar sobre os valores então. Gostaria se saber em quantas vezes eu poderei pagá-la. (Ela disse isso com o pensamento em Deus, pedindo para que Ele fizesse com que o pagamento pudesse ser dividido no máximo de parcelas).
- É presente.
- Como é que é?
- É meu presente pra você. A princípio eu ia te dar apenas o tratamento dentário e a limpeza. Mas gostei tanto de você e de sua família, me emocionei tanto com a história de vida de vocês, você marcou tanto a minha vida que tive vontade de fazer mais esse agrado. Então receba, é de coração.

Nesse momento elas se abraçaram, emocionadas. A frase "melhor é dar do que receber" não fazia muito sentido ali. Ambas haviam sido abençoadas tremendamente por Deus. 

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sábado, 18 de abril de 2015

Cap.26 - Dor estranha

"Os justos clamam e o Senhor os ouve e os livra de todas as suas angústias". (Salmo 34:17)

A vida seguia como sempre no seminário. Dias de estudos intensos, fazer monografia, ler livros e apostilas, cuidar do filho, da casa, do marido e ainda arrumar um tempinho pra estar com as amigas no final da tarde, enquanto os filhos brincavam juntos no parquinho.

Desde que chegaram lá não haviam ido ao dentista. A correria do dia-a-dia sempre fazia com que eles deixassem esse assunto pra depois e iam adiando o máximo que podiam. Ficaram 2 anos sem uma consulta.

Ela tinha uma dor já há alguns anos, uma dor que se localizava em seu maxilar direito. Já havia ido em alguns dentistas, tirado raio-x, mas nada indicava que aquela dor provinha de algum problema nos dentes.

Certo dia, durante uma das semanas de recesso, resolveu aproveitar os 7 dias para ir ao dentista. A ortodontista, mulher de Deus muito amável e solícita, avisou que o tratamento seria um presente. Isso sempre acontecia com eles, pois as pessoas sabiam que enquanto eles estudavam em tempo integral no seminário, viviam de ofertas. Era Deus cuidando dos detalhes da vida daquela família.

No final do tratamento, a doutora disse:
- Então, já estamos no final do tratamento, estou terminando a última obturação. Depois farei a limpeza dos seus dentes e você estará novinha em folha! Mas me diga uma coisa: você não tem nada que tem te incomodado em relação aos seus dentes ou ao seu maxilar, nenhuma dor, nada?

Imagine só... Ela não havia dito nada sobre aquela dor no maxilar. Na verdade, ela nem se lembrava mais daquilo, já que outros dentistas haviam falado que não se tratava de algo relacionado aos dentes. Mas naquele momento, depois daquela pergunta, ela se lembrou. Deus certamente estava movendo aquele momento, usando a doutora para resolver aquele problema que se estendia há tanto tempo.

- Sim, agora que você perguntou eu estou me lembrando. Tenho uma dor que não passa nunca, bem aqui, nesta altura do meu maxilar. Mas outros dentistas já me disseram que não tem a ver com cáries ou infiltrações. Enfim, estou respondendo porque você me perguntou.

- Bom, não custa dar uma olhada... - disse a doutora, já pegando a máquina de raio-x.

Naquele momento ela tirou chapas de todo o seu maxilar, analisou com cuidado e foi lhe mostrar.

- Olha só o que eu encontrei. Aqui, bem na raiz, está acontecendo uma infiltração muito grave. Você dever ter bruxismo com apertamento durante o seu sono. Isso faz com que a pressão colocada sobre este dente agrave ainda mais a situação. A questão é bem grave aqui... Você está vendo a cor escura em toda essa volta? Significa que este local está sendo necrosado.

Naquele momento ela não sabia se ria ou se chorava. Imediatamente a doutora abriu aquele dente, iniciando um tratamento de canal e limpando toda a área infeccionada. Após inserir alguns medicamentos, tampou o local com algodão e deu um antibiótico pra que ela tomasse por alguns dias. O tratamento seria completo.

No dia seguinte o procedimento foi repetido e o fechamento do dente foi possível ser realizado com a obturação. Então ela disse:

- Foi incrível nós termos descoberto isso a tempo. Mais alguns dias assim e você teria que operar o seu maxilar. A infecção estava prestes a tomar todo o seu rosto.

Naquele dia ela agradeceu a Deus pelo livramento tremendo que havia recebido dEle. Mais uma vez.

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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Cap.25 - Por um segundo

"Ele lhe guarda todos os seus ossos; nem sequer um deles se quebra" (Salmos 34:20)

Aquela era uma tarde especial. Todos os alunos do seminário "dariam um tempo" de suas tarefas e estudos para se divertirem por algumas horas, realizando uma gincana entre os grupões. Cada Grupão era formado por mais ou menos 15 alunos de diversos anos do seminário, solteiros ou casados.

Ela já havia colocado seu tênis e uma roupa bem confortável. Seu marido e seu filhinho também estavam com roupas esportivas. O Grupão do qual eles faziam parte era apenas de casados e os filhos dos casais também ficavam juntos torcendo e participando da festa.


As brincadeiras eram criativas e dinâmicas, algumas usando cordas, outras usando elásticos, outras sendo feitas de olhos vendados, outras com grandes pneus de caminhões. Foi justamente numa dessas brincadeiras com pneus que a tragédia estava à espreita.

O Grupão teria que se dividir em dois subgrupos, homens para um lado, mulheres para o outro. Enquanto as mulheres ficassem em um lugar seguro com as crianças, debaixo de algumas árvores, os homens cumpririam a tarefa daquela prova específica.

Eles deveriam empurrar um pneu gigante até o alto de uma subida e, dado o sinal, deveriam levar o pneu até o ponto especificado, o mais rápido possível, mais ou menos 30 metros seguindo a descida. Veja bem, o pneu gigante deveria descer o mais rápido possível, enquanto os homens o controlassem.
Ela olhava tudo de seu lugar seguro, debaixo da árvore, uns 10 metros longe dali. Enquanto tirava fotos, o filhinho deles brincava com a grama e as pedrinhas.

Foi dada a largada! Os homens, fazendo muita força, rolaram o pneu gigante até o alto. Era uma corrida contra o tempo, já que vários grupões haviam realizado a prova rapidamente.

Quando começaram a realizar a prova na descida, o pneu bateu em uma pequena pedra que estava no caminho e se descontrolou. Aquele pneu gigantesco começou a pular, descendo ladeira abaixo com toda a força e velocidade que a gravidade lhe permitia. Os homens corriam atrás dele tentando, em vão, agarrá-lo. O pneu não só perdeu totalmente o controle, como se desviou completamente de seu percurso, indo de encontro a área de segurança onde a esposa estava com seu filhinho.

Foi questão de segundos. O pneu quicou no chão, indo com violência em direção ao menino que estava a menos de 1 metro dele. No primeiro segundo a mãe viu o pneu atropelando o seu filhinho, quebrando os seus ossos e lançando-o longe, enquanto a sua cabeça batia com toda a fúria no chão. Mas antes que isso acontecesse, ela se lançou no segundo seguinte sobre o seu filho, arrancando-o da linha onde ele seria atingido. O pneu então veio com fúria em sua direção, mas um dos homens que estavam na competição se lançou sobre o pneu, que mudou o seu curso. Tudo muito rápido, tudo terrível, tudo muito assustador.

Ela e o menino estavam bem. Aquele homem, amigo de seminário, também estava bem. Eles nem podiam acreditar no livramento que Deus acabara de lhes dar. O pneu seguiu o seu curso louco, pulando cada vez mais alto enquanto descia ladeira abaixo numa velocidade impressionante. O pneu passou perto de mais algumas pessoas e também de vários carros, mas nada nem ninguém foi atingido. No final todos riram muito daquela cena surreal onde um pneu gigante saiu em disparada, sem rumo e sem direção. Todos menos ela, que chorava diante de Deus com o coração extremamente agradecido por Ele lhe permitir ter seu filho são e salvo em seus braços.

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segunda-feira, 15 de julho de 2013

Cap.24 - Calça Jeans

"Aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância". (Filipenses 4:11)

Entre idas e vindas, as ofertas recebidas por aquela família tinham destino certo. Nunca havia sobras. Quando recebiam algum valor especial que não fazia parte do dia-a-dia, recebiam junto orientações do tipo "este é para levar o filho de vocês para o Mc Donalds".

Eles estavam, a cada dia, aprendendo a viver o que Paulo diz no texto de Filipenses 4:11 a 13: 

"Aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece."

Sabiam que esta seria uma fase. Provavelmente, depois da formatura, o marido conseguiria pastorear alguma igreja e teria um salário. Mas que fase maravilhosa estavam vivendo durante aqueles quatro anos ali no seminário! Jamais imaginariam que, em meio a tantas necessidades, teriam as mais profundas experiências com Deus na área financeira, experimentando no dia-a-dia a providência do Senhor de forma incrível.

Fazia parte disso tudo a questão de não sobrar nenhuma quantia para comprar roupas. Iam vivendo com as roupas que levaram para lá quando se mudaram, mas as roupas estavam ficando gastas e algumas chegaram a rasgar. O filho deles nunca passava por isso... Deus sempre providenciava pessoas para doarem roupas e brinquedos a ele. Quando suas roupinhas estavam ficando curtas ou seus tênis estavam ficando apertados, nem precisavam comentar com ninguém... ele ganhava novos!

Certo dia a esposa percebeu que estava com apenas duas calças em condições de serem usadas. Resolveu que, assim que ganhasse uma oferta especial destinada a ela, correria para uma loja comprar uma calça jeans.

E lá foi ela com sua família viajar para outra cidade onde realizariam o estágio de julho, trabalhando em uma igreja. Chegando na cidade, ficaram hospedados durante uma semana na casa de uma mulher muito simpática, mãe de uma moça muito bonita. Conforme os dias se passaram, essa mulher foi dando, a cada dia, um brinquedinho novo para o filho do casal. Ele mal podia acreditar! "Mamãe, ganhei mais um presente da tia", ele dizia todo feliz.

Antes que a semana acabasse e eles fossem para uma outra casa, a filha da hospedeira comentou com a esposa que uma loja do shopping estava em promoção e ela ia comprar uma calça jeans naquela loja. Foi assim que o diálogo entre as duas começou:

- Vou pro shopping comprar uma calça jeans na loja, está tudo com 50% de desconto!
- Ah, que legal, posso ir junto? Estou precisando muito de uma calça jeans, talvez encontre uma pra mim com um preço bom.
- Eu não sei não, viu... Essa loja é muito careira, mesmo na promoção é capaz que as calças estejam um pouco caras. Mas eu vou mesmo assim porque estou precisando, eu dei uma emagrecida e perdi quase todas as minhas calças... Aliás... Espera, não vai comigo ainda não. Você se importa em usar calças usadas?
- Não, por quê?
- Porque acho que as calças que não estão servindo mais em mim provavelmente servirão em você! Amanhã eu trago pra você experimentar, tá?

Naquela noite, uma das duas calças que a esposa estava usando rasgou. Agora ela só tinha uma para usar durante toda a viagem. Estava esperando ansiosamente pela vinda daquela moça, talvez a calça que ela trouxesse realmente servisse nela.

No dia seguinte a moça não chegou só com uma calça jeans que não servia mais. Ela chegou com duas sacolas cheias de roupas: calças sociais, várias calças jeans, bermudas, casaquinho, blusas.

A esposa mal podia acreditar, estava tudo semi-novo. Conforme ela experimentava, seus olhos ficavam marejados... Tudo, absolutamente tudo serviu.
Como uma luva.


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terça-feira, 11 de junho de 2013

Cap.23 - A porta

"E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos." (I João 5:14-15)

Todos os domingos, ao voltarem do ministério do final de semana, a família parava em uma esfiharia. Já havia se tornado uma tradição comer esfihas em casa depois de subir as escadas com as malas.

Naquele domingo não foi diferente. Pararam o carro no estacionamento, ao lado de uma vaga para motos. Como de costume, davam carona para uma amiga que sentava no banco de trás e naquele dia, a amiga resolveu comprar esfihas também. Quando ela abriu a porta de trás do carro, um fusca vindo não sei de onde resolveu entrar na vaga para motos!

Resultado: o fusca bateu violentamente na porta do carro do casal, entortando-a.

Na hora deu muita raiva, depois uma vontade imensa de tirar satisfações com "o motorista louco" que estragou a porta do carro por causa de uma imprudência. Todos saíram do carro, mas o motorista do fusca não. Ele se isentava, colocando a culpa na amiga do casal por ter aberto a porta quando ele ia entrar na vaga. Oras, o fusca NÃO CABIA na vaga! Se fosse uma moto, haveria espaço de sobra para desviar da porta. Mas o motorista estava irredutível.

Saindo dali, manobrou o fusca e o colocou em uma vaga próxima, no mesmo estacionamento. Desceu, ajudou as quatro pessoas que estavam dentro a saírem e... todos entraram na esfiharia. Na mesma esfiharia.

A esposa não se conformava:

- Como pode ser tão cara de pau? Bateu no nosso carro, acabou com a nossa porta e ainda entra na esfiharia, na nossa frente, como se nada tivesse acontecido??? Vai lá, amor, exige que ele pague o conserto da nossa porta! Se você não falar, eu falo!

- Amor, calma. Não vai adiantar nada. Vai ficar super caro pra arrumar essa porta. Olha bem pro fusca do moço, todo caindo aos pedaços. Ele não vai ter dinheiro pra nos pagar e isso tudo só vai nos trazer dor de cabeça. Deixa quieto. Deus é o dono do nosso carro e Ele nunca nos deixou na mão. Ele é o dono do dinheiro que chega em nossas mãos. Vamos esperar pra ver o que acontece.

Respirando fundo, ele entrou na esfiharia, não olhou para o motorista do fusca e nem pra quem o acompanhava. Comprou as esfihas como sempre fazia, passou no caixa e depois entrou no carro, seguindo de volta ao seminário. A porta de trás, entortada, certamente não poderia permanecer daquele jeito. Então decidiu que no dia seguinte, logo pela manhã, levaria o carro para a oficina.

A amiga que abriu a porta na ocasião da batida se sentiu péssima. Apesar de não ter sido sua culpa, ela não parava de pensar que se não tivesse aberto a porta nada teria acontecido.

Então, chegando no seminário, ligou para o seu pai e contou o que aconteceu. O pai prontamente se dispôs a ajudar, ligando para o casal e dizendo que ajudaria no pagamento do conserto com 1/4 do valor. Ela dormiu e não contou nada a ninguém, nem naquele dia, nem nos outros dias. O casal louvou a Deus pela oferta tão prontamente recebida e foi dormir.

No dia seguinte bem cedo, numa segunda-feira, antes que os outros alunos vissem o estrago na porta, ele levou o carro para a oficina. Recebeu a notícia de que o conserto ficaria muito mais caro do que imaginava, mas infelizmente não poderia deixar o carro com a porta entortada daquele jeito... Deixou o carro na oficina e voltou de ônibus para o seminário. Foi direto para a aula, sem contar para as pessoas o que havia acontecido. Sua esposa também não contou para ninguém e assim passaram-se dois dias.

Na próxima quinta-feira o carro ficaria pronto. Nesse dia ele teria que pagar o conserto. Até a quarta-feira eles só tinham 1/4 do valor, ofertado pelo pai da amiga. Como nunca tinham reservas para imprevistos, teriam que tirar de algum lugar para efetuar o pagamento... provavelmente seria do aluguel do apartamento que mais tarde cobraria juros, mas não havia o que fazer. Em seus corações pulsava um pedido de "ajuda-nos, Deus"...

A quarta-feira se seguiu normalmente, com estudos de manhã e tarefas a tarde. No final da tarde, antes de voltar para casa, ele passou pelos escaninhos. Ao olhar para o seu escaninho, viu um envelope com o seu nome escrito.

Quando o abriu, começou a chorar. Ali estava o valor que faltava para que ele pagasse o conserto do carro. Nem mais, nem menos, a quantia era exata.

Correu pra casa e contou para a esposa o que havia acontecido, perguntando pra quem ela havia contado que o carro estava na oficina.

- Pra ninguém, amor! Eu não contei pra ninguém!
- Então foi a nossa amiga...
- Ah, com certeza, vamos ligar pra ela.

- Alô? Oi querida, nós dois queremos saber se você comentou com alguém o que aconteceu no domingo e que levei o carro pra oficina... Não? Não comentou nada com ninguém? E o seu pai, ele só deu 1/4 do valor mesmo? Tem certeza? E você? Por acaso não foi você quem deu o restante e quis ficar no anonimato, né? Ah, não foi? Meu Deus... Quem colocou esse dinheiro no escaninho?

Eles não souberam e até os dias de hoje ainda não sabem. Mas naquela manhã de quinta-feira eles puderam buscar o carro na oficina e entregar o valor exato do conserto sem entrarem em dívidas. Então eles se lembraram do que ele disse naquela noite de domingo: "Deus é o dono do nosso carro e Ele nunca nos deixou na mão. Ele é o dono do dinheiro que chega em nossas mãos. Vamos esperar pra ver o que acontece".

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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Cap.22 - A cliente

"Àquele que tem o poder de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós, a Ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém." (Efésios 3:20-21)

Dia após dia, semana após semana... a cada mês aquela família via o agir de Deus de uma maneira pessoal e única. Aquele mês não poderia ser diferente.

Entraram em férias e como sempre, ao olhar para a conta bancária, viram que faltava uma certa quantia para finalizar o pagamento das contas básicas. Apesar de economizarem e fazerem de tudo para conseguirem uma quantia extra, a menos que Deus fizesse novamente um milagre, certamente entrariam em dívidas impossíveis de serem sanadas futuramente.
Mais uma vez aquela sensação difícil. Todo mês a situação se repetia. Mas estavam ali no seminário, em tempo integral, dependendo de ofertas de mantenedores... e mesmo que se desdobrassem fazendo alguns trabalhos aqui e ali nas horas vagas, não era o suficiente.

Oraram juntos, pedindo novamente pela misericórdia do Senhor.
No dia seguinte receberam o telefonema de uma grande amiga que lhes perguntava especificamente pela situação financeira. Ao ouvir aquela pergunta, a esposa sentiu um arrepio da cabeça aos pés. Deus estava se manifestando naquele exato momento através de uma conversa ao telefone!

- Amiga, como vocês estão financeiramente?
- Por que essa pergunta tão objetiva?
- Só me responda! Hahaha...
- Ok, querida, eu respondo: está ruim, como sempre... Este mês estamos entrando no vermelho.
- Eu sei que vocês não tem o sustento completo e que isso implica em dificuldades todos os meses. Quero que você me diga a quantia exata que falta este mês e quanto tem faltado a cada mês. 

Ela disse a quantia, que não era pequena. Então sua amiga os convidou para comerem uma pizza a noite em sua casa. Ao anoitecer foram para lá com o filhinho deles e tiveram uma noite muito agradável. Conversaram sobre o quão maravilhoso é trabalhar para o Senhor, trocaram experiências, riram muito e também choraram juntos. Foi então que a amiga disse que tinha uma surpresa para eles. 

- Então queridos... Eu contei a história de vocês para uma cliente minha. Contei como foi o chamado de vocês, como deixaram tudo para irem ao seminário, como vocês têm dedicado suas vidas ao trabalho do Senhor e como vocês têm vivido mês após mês com dificuldades financeiras. Ela começou a chorar e me disse que há algum tempo estava querendo muito ajudar financeiramente alguma família que estivesse dedicando sua vida ao Senhor em tempo integral e pediu a Ele que mostrasse a ela quem era essa família. Amigos, Deus me usou para levá-los até ela.

Naquele momento eles começaram a chorar. Deus sempre os surpreendia.

- Minha cliente falou com o marido e ambos concordaram em ajudá-los este mês. Quando telefonei pra vocês ela estava em minha frente, esperando para saber o valor que vocês estavam precisando. Ela e o marido deram isso para que eu entregasse a vocês.

Então ela abriu a bolsa, pegou um cheque e o entregou a eles. Um cheque no valor exato de que necessitavam para aquele mês. Os três choraram juntos, emocionados ao sentir tão de perto o amor e a fidelidade do Senhor. Mas Deus ainda tinha mais uma novidade. Aquela pessoa que tão prontamente se deixou ser usada por Ele preenchendo aquele cheque, também se dispôs a ser mantenedora mensal da família. Mais uma vez Deus fez infinitamente mais do que pediram ou pensaram.

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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Cap.21 - A dor repentina

"Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno". (Hebreus 4:16)

Mais um dia no seminário. Tudo ocorria normalmente: estudos, trabalhos, leituras, casa, filho... E o final da tarde chegou. Logo mais a noite aconteceria o campeonato de futebol dos grupões, formado pelos alunos. O jantar estava quase pronto quando ela ouviu o marido gritando no quarto.

- Meu Deus, querido, o que está acontecendo???
- Dor! Essa dor está me matando! Meu Deus, dói demais!!!
- Calma, amor, o que eu posso fazer pra te ajudar?
- Não seeeiii... só sei que não estou aguentando! Justo hoje que eu iria jogar no campeonato, eu não acredito...

Era uma crise renal.
Começou de repente, sem dó nem piedade.

Ele se contorcia e berrava de dor na cama. Dores assim são terríveis e não passam logo. Geralmente duram horas, às vezes duram dias até que seja expelida a poeira ou as pedrinhas. Em casos com pedras maiores, a solução é a intervenção cirúrgica.

- Você já teve isso?
- Já, há muito tempo atrás, fui parar no hospital...
- Mas e agora? Estamos sem plano de saúde, o pronto socorro daqui é péssimo, você vai ficar lá esperando horas com essa dor terrível sentado numa cadeira! Ah, meu Deus, o que eu faço?
- Ora por mim, amor... ora por mim...

Ela chamou o seu filho que estava com 3 anos e disse para ele colocar a mãozinha sobre o local onde o papai sentia a dor.

- Vamos orar pra Deus curar o papai?
- Vamos.

Ela também colocou a mão e começou a orar, numa linguagem fácil para que o filho também entendesse. Orou clamando pela cura de seu marido, enquanto ele chorava de dor. Ao terminar, seu filhinho disse amém e perguntou:

- Mamãe, Deus vai curar o papai?
- Vamos ver, filho. Deus sempre faz o que é melhor. Se o melhor for ele ir pro hospital, então tudo bem. Temos que confiar em Deus. Mas se o melhor for ele sarar agora, então ele vai sarar.

Então ele viu que o papai parou de chorar. 

- Mamãe, acho que Deus tá curando o papai.

Ali, a olhos vistos, o milagre acontecia. A dor começou a ir embora e ele pôde se levantar da cama. Indo ao banheiro, viu o sangue sair com sua urina. As poeiras saíram, imediatamente após o clamor feito pela família. A dor e o desconforto sumiram. Poucas horas depois ele foi ao campeonato e defendeu o seu time como goleiro. E a noite se seguiu suave e tranquila, como deveria ser.

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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Cap.20 - Esmaltes * Parte 2 - O simbolismo

"Quero trazer à memória aquilo que me dá esperança" (Lamentações 3:21)

Naquela noite ela mal conseguiu dormir. Que Deus era aquele, que com tanto poder e glória criou os céus e a terra, que criou o universo e toda a sua imensidão... e mesmo assim a chamava pelo nome, olhava para o seu coração e cuidava dele com tanto carinho e com tamanha riqueza de detalhes!

Os vidros de esmalte ficaram ali, pertinho de sua cama. Enquanto olhava para eles, relembrava das palavras que ouviu do Senhor em seu coração quando os ganhou:

"Nada é grande demais para Mim, mas também nada é pequeno demais. Nada passa desapercebido diante de Meus olhos, nenhuma lágrima cai sem que Eu veja. Eu cuido de você, sempre cuidei e sempre cuidarei. Jamais te deixarei desamparada, sempre estarei ao seu lado e sempre estarei no controle de tudo o que acontecerá em sua vida e na vida de sua família. Eu estou cuidando de tudo, das pequenas e das grandes coisas".


Aqueles esmaltes viraram um símbolo. Sempre que ela os usasse, iria se lembrar do que Deus lhe disse. Não por serem esmaltes, afinal, poderia ter acontecido com qualquer outro objeto. Mas o seu choro de profunda tristeza a respeito da situação em que se encontravam se deu quando ela e seu marido não tinham moedas suficientes para comprar um simples esmalte.

No dia seguinte, passou um deles nas unhas. De tempos em tempos olhava para elas e pensava "Deus é mesmo incrível". O que ela jamais imaginaria é que Deus resolveria prolongar esse simbolismo...

No início pareceu uma grande coincidência. Algo muito grave havia acontecido e seu coração estava apertado, triste e sem esperança. Foi quando duas amigas fizeram uma visita a ela e a seu marido, na casa de sua sogra. Foi uma visita gostosa para revê-los, pois havia meses que não se viam. Conversam muito, riram, se divertiram... foi bom para "arejar a cabeça" e não pensar em tudo o que lhe entristecia. Mas antes das amigas se despedirem do casal, uma delas disse:
- Ah, já estava me esquecendo... Eu trouxe três esmaltes pra você. Eu sei que você gosta dessas cores bem diferentes, tenho certeza que ficarão lindos em suas unhas.

Ao fecharem a porta, marido e esposa se olharam. Será que aquilo era mesmo o que entenderam? Deus havia, mais uma vez, usado esmaltes como simbolismo? Para que, ao ganhá-los, lembrassem de tudo o que Ele disse na primeira vez?

- Não, não pode ser - pensou ela. - Provavelmente foi uma coincidência.

Mas sem que pudesse evitar, seus pensamentos foram direto para o alto e ela se lembrou do que Deus havia feito há algumas semanas. Seu coração se encheu de alegria e esperança. Não que precisasse a todo momento de algo para relembrar de que Deus é bom, que Ele é soberano e tudo está sob os seus cuidados. Mas como um pai que sempre diz "eu te amo" ao seu filho, mesmo que ele esteja cansado de saber, assim Deus faz com os Seus filhos. Ele demonstra o Seu cuidado e amor como quer, através do que quer, quando quer e quantas vezes quer.

O tempo passou e mais uma situação difícil aconteceu. Antes que Deus solucionasse tudo, disse carinhosamente a ela que a amava e que estava cuidando de tudo. Ela foi à reunião das mulheres casadas no seminário e uma de suas amigas lhe deu um esmalte. "Vi esse esmalte e me lembrei de você, espero que goste" - disse a amiga. Mais uma vez, ao pegar o vidrinho em mãos, foi como se ouvisse Deus falando: "Não se esqueça do que já fiz, estou cuidando de tudo, fique tranquila".

Aquele simbolismo incrível tinha tudo a ver com o que diz em Lamentações 3:21: "Quero trazer à memória aquilo que me traz esperança". Ao ganhar um esmalte, imediatamente ela se lembrava do que Deus fez naquele tempo de angústia e preocupação, do refrigério que sentiu na alma, da alegria que brotou em seu coração e da maneira linda como Deus resolveu as coisas pouco tempo depois. Aquele objeto era um símbolo que a lembraria sempre da provisão e do cuidado do Senhor em sua vida.

O mais interessante nisso tudo é que ninguém sabia dessa história, exceto o seu marido e duas outras pessoas. Nem eles, nem as pessoas contaram esse fato para quem quer que fosse. Os esmaltes chegavam na horas mais angustiantes, através de pessoas que nem sequer imaginavam o que aquilo significava.

Certo dia ela foi contar quantos vidrinhos tinha. Lembrou-se daquele dia em que chorou no corredor do supermercado por não dinheiro suficiente para comprar algo tão barato como um esmalte. Naquela ocasião ela tinha apenas 3 em casa.
Pegou suas caixinhas e começou a contar. Um, dois, três... dez, quinze, vinte... trinta e oito, trinta e nove, quarenta!

E foi assim por meses... por anos! A cada grande tristeza, a cada problema, a cada medo, a cada dúvida, alguém lhe dava um esmalte. E em seu coração ela ouvia "não chore", "não se preocupe", "não tema", "creia!", "Eu estou cuidando de tudo", "Eu estou com você!".

Até hoje esse simbolismo entre Deus e ela continua. A quantidade de vidrinhos que já ganhou é imensa, e ela continua ganhando... Hoje várias pessoas conhecem essa história e a presenteiam com esmaltes mesmo assim, sabendo que chegará em boa hora. Ela nunca mais ganhou um esmalte sem que tivesse uma razão, sem ouvir em seu coração "Eu estou aqui, cuidando de tudo".

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sábado, 20 de abril de 2013

Cap.19 - Esmaltes * Parte 1

"O Senhor vive; bendito seja o meu rochedo e exaltado seja o Deus da minha salvação". 
(Salmos 18:46)

Desde a adolescência ela amava esmaltes. Este era um item que nunca faltava em suas coisinhas. Anos atrás ela mantinha, no mínimo, dez esmaltes com cores diferentes em seu estojo de manicure. Naquela época jamais passaria por sua cabeça que viveria algo tão inusitado anos depois.
E então lá estava ela, tentando comprar um esmalte. A moda agora era outra, tantas nuances e cores que tudo era permitido, desde pretos até esverdeados, sendo os azuis e acinzentados os seus preferidos. Naquele momento só havia em sua caixinha 3 esmaltes, sendo dois bem velhinhos. Definitivamente era o melhor momento para comprar um novo, com uma cor bem atual!

Ela, o marido e o filho estavam no supermercado. A situação financeira da família continuava delicada, como foi desde o momento em que foram para o seminário, mas nos últimos dois meses havia ficado um pouco mais complicado. Estavam "apertando os cintos" como nunca antes, cortando absolutamente tudo o que não fosse extremamente necessário.

Passando pelo corredor de cosméticos e produtos para manicure, se deparou com todos aqueles esmaltes lindíssimos, recém lançados.

"Bom, um esmalte custa baratinho" - pensou ela. "Vou levar este aqui".

Então, ao mostrá-lo para o marido, ouviu uma frase inesperada:
- Querida, hoje não vai dar. Se levarmos o esmalte não conseguiremos comprar frutas para o nosso filho.

Quando, em toda a sua vida, imaginaria ouvir algo parecido? Foi um choque. Mas, respirando fundo, entendeu mais uma vez que hoje sua vida era totalmente diferente. Que Deus supriria as suas necessidades como sempre havia suprido, pois esta era uma promessa que Ele fazia em Sua Palavra. Nada do que era necessário iria faltar. Nada do que era necessário.

Sete dias se passaram e foram novamente às compras semanais. O carrinho do supermercado nunca havia estado tão vazio. Ela já imaginava a resposta, mas mesmo assim fez a pergunta:
- Amor... será que hoje vai dar pra eu comprar um esmalte?
- Não, querida. Ainda não...

Ok, tudo bem. Logo logo essa fase tão difícil iria passar. Ela olhou para os alimentos no carrinho e agradeceu a Deus por ter condições de comprá-los. Olhou para seu marido e seu filho e louvou a Deus por ter uma família tão maravilhosa, muito mais do que jamais imaginou.

Depois de 10 dias voltaram ao supermercado para comprar coisas básicas. Aparentemente nada havia mudado. Eles dependiam de ofertas para se manterem enquanto estudavam e apesar dela fazer alguns trabalhos, naquele mês não havia aparecido nada. Venderam alguns salgados para ajudar no sustento mas não foi o suficiente para saírem do sufoco. A linha dura do "cinto apertado" continuava.

E mais uma vez ela passou com o carrinho no corredor de esmaltes. Olhou para eles e olhou para o marido que, no mesmo instante, balançou negativamente a cabeça com um olhar triste. Aquilo já não se tratava mais de levar ou não um esmalte para casa. Tratava-se de não ter uma sobra tão pequena de dinheiro, uma quantia mínima capaz de fazê-la levar algo tão barato para casa. Com lágrimas nos olhos, parou naquele corredor e começou a se sentir muito mal. Mal pela situação em que sua família se encontrava, vivendo contando moedinhas. Pensou nos anos passados em que comiam em bons restaurantes, usavam roupas caras e não se preocupavam com o quanto iriam gastar no supermercado. Agora, justamente agora que estavam dedicando sua vida integralmente para Deus, estavam nesta situação.

Ela sabia que nada do que era necessário iria faltar. Então começou a relembrar de cada momento em que Deus manifestou sua graça e misericórdia em suas vidas, de cada situação em que Ele se fez presente realizando milagres e sustentado a vida de sua família. Começou a chorar. Pediu perdão a Deus por não ter conseguido viver o contentamento em Deus naquele instante, por olhar para trás e sentir saudades do que havia tido ao invés de olhar para todas as coisas maravilhosas que Deus estava fazendo em meio a tempos difíceis. Agradeceu por poder levar o que estava levando no carrinho do supermercado naquele dia. Enxugou as lágrimas e seguiu adiante. Decidiu que não iria mais perguntar ao marido sobre esmaltes ou qualquer outra coisa supérflua. Quando Deus quisesse, iria dar o que fosse melhor para ela. Se para que ela crescesse espiritualmente fosse necessário ficar mais um bom tempo nesta situação, amém. Não contou nada disso a ninguém, a não ser para uma pessoa que disse: "Não sei não, mas acho que você nunca mais vai chorar por causa de um esmalte".

Duas semanas se passaram e então chegou o recesso, sete dias de folga no seminário. Ganharam o dinheiro para a gasolina e foram visitar a família em outra cidade. Uma amiga foi visitá-los e chegou com três pacotes, dizendo que estava com muita vontade de presenteá-los.

Ao abrirem o primeiro pacote encontraram espuma para barbear, desodorante masculino, gel para cabelo, tudo para o marido. Ele ficou bem feliz pois estes itens estavam no final, quase acabando. Para a esposa também havia ali um lápis de olhos e uma sombra, o que a deixou muito feliz. No segundo pacote havia shampoo, condicionador, escova e pasta de dentes infantis para o filho deles que vibrou de alegria ao ver tudo aquilo especialmente para ele.

O terceiro pacote parecia falar com ela. Seu coração ficou agitado, como se ela já soubesse o que havia ali dentro. Quando abriu, viu não somente um, mas sete vidros de esmaltes! Esmaltes com as cores exatas que ela queria.

Ela sentou no sofá com as pernas bambas e começou a chorar muito... A amiga, sem saber o que estava acontecendo, a abraçou:

- Me desculpe, eu só queria te agradar, eu fiz algo errado?

- Não, querida, você não fez nada errado. Você não faz ideia do que está acontecendo aqui. Deus te usou, amiga. Deus te usou pra me dizer que nada é grande demais para Ele, mas também nada é pequeno demais para Ele. Que nada passa desapercebido diante de Seus olhos, que nenhuma lágrima cai sem que Ele veja. Nesse momento Ele está me dizendo que cuida de mim, que sempre cuidou e sempre cuidará. Que jamais me deixará desamparada, que sempre estará ao meu lado e sempre estará no controle de tudo o que acontecerá em minha vida e na vida de minha família. Ele está me dizendo, claro, em alto e bom som: eu estou cuidando de tudo, das pequenas e das grandes coisas.

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quarta-feira, 27 de março de 2013

Cap.18 - Cabelos

"Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação." (Filipenses 4:12)

Naquele mês o casal passava por problemas familiares intensos. Questões sérias relacionadas a alguns parentes estavam tirando a alegria e a leveza de seus dias. Buscaram a Deus incessantemente, levando a Ele aquela situação, sabendo que deveriam descansar nEle, mas não estava sendo fácil.

Deus é um Deus de detalhes. O que muitos entendem por "coincidência", na verdade pode ser a vontade de Deus sendo demonstrada. A Bíblia nos mostra inúmeros exemplos de como Ele usou algumas pessoas para abençoar outras e falar o que havia para ser dito. Foi assim que aconteceu com aquele casal, justamente no momento onde seus corações estavam aflitos.

Numa tarde livre, no meio de tantos afazeres e estudos, um casal de amigos que morava ali perto os chamou para participarem de um churrasco. Certamente aquele era um convite irrecusável... Passar momentos gostosos de boa conversa e risadas era tudo o que precisavam.

Chegando lá, conseguiram relaxar e não pensar em nada que os afligia. Conheceram uma pessoa que também havia sido convidada, um cabeleireiro profissional que seguia sua "carreira solo", mas que por anos trabalhara em um famoso salão de beleza do país. Os dois casais e o novo amigo passaram horas conversando sobre vários assuntos, rindo um bocado, comendo churrasco e vendo seus filhos se divertindo na grama e na lama, já que moravam em meio a natureza.

Depois de um bom tempo, o cabeleireiro começou a falar sobre a sua profissão e sobre o quão gratificante é quando usamos nossos dons e talentos para glorificar o nome do Senhor. Ao falar sobre isso, disse:

- Aliás, eu trouxe as minhas coisas, estão dentro do carro: tesoura, pentes, escovas, tudo. Vamos cortar o cabelo, minha gente?

Ela mal podia acreditar. Em meio a tanta preocupação e tristeza referentes àquela situação complicada com alguns parentes, algo inusitado acontece! Há dois meses ela vinha pensando em cortar os cabelos... E, de repente, ela conhece um cabeleireiro com experiência profissional suficiente para lhe fazer um belo corte! De graça!

- Olha meninas, agradeçam a Deus porque o corte que estou dando pra vocês é caríssimo. Aliás, não sou eu quem está dando, é Ele!

Ouvindo essas palavras ela teve certeza: Deus estava falando em alto e bom som. Ela confirmou o que a Bíblia diz sobre Deus cuidar de seus filhos, cuidar de detalhes, de nunca os desamparar ou os abandonar. E em seu coração, uma voz suave e amorosa lhe falou:

"Eu dou seu alimento. Eu dou suas roupas. Eu dou o seu corte de cabelo. Não iria Eu cuidar de todo o resto? Acalme o seu coração, confie em Mim, estou cuidando de tudo."

O cabeleireiro pegou suas coisas do carro, ajeitou uma cadeira e perguntou quem seria a primeira pessoa. Sua amiga sentou-se e enquanto seus cabelos iam sendo cortados, ela sorria e dizia "Deus é muito bom, não é?". Sim, Deus é muito, muito bom!

Ela foi a segunda a sentar-se na cadeira, depois de molhar os cabelos no chuveiro da casa de sua amiga. Respirou fundo e agradeceu a Deus por aquele carinho enquanto as mãos habilidosas do cabeleireiro faziam com que as tesouras realizassem um corte bonito e moderno.

Com os cabelos cortados, as amigas se abraçaram forte. Elas sabiam que tudo aquilo significava muito mais do que uma simples sessão de beleza. Outra amiga, que morava no andar de cima daquele prédio de dois andares, chegou admirada com o que estava acontecendo e acabou ganhando um corte de cabelo também. Depois ouviram o cabeleireiro dizer:

- Gente, e as crianças, não precisam de corte? Vamos fazer o delas também!

E lá foram os filhos, todos sentando na cadeirinha e recebendo um corte de cabelo profissional durante a tarde, enquanto pássaros cantavam, o vento balançava as folhas das árvores e os outros alunos do seminário passavam ali perto, rindo ao ver a cena. As mechas de cabelos caíam ao chão e as crianças se divertiam.

Naquele final de tarde, enquanto voltavam para casa, sentiram-se renovados. Aquela não foi apenas uma tarde onde ganharam cortes de cabelo e comeram churrasco com amigos, mas foram horas de refrigério dadas por Deus para que pudessem aguentar por mais um tempo aquela situação difícil com os familiares.

Depois de poucas semanas, o casal recebeu uma notícia maravilhosa: tudo aquilo que vinha trazendo tanta tristeza e preocupação havia sido resolvido. Deus resolveu tudo de uma maneira sobrenatural e incrivelmente linda. Da maneira dEle.

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quarta-feira, 13 de março de 2013

Cap.17 - O sumiço

No final do ano todos os seminaristas precisavam fazer um estágio em algum lugar. O seminário oferecia opções para que se fizesse dentro da própria organização, na cidade onde moravam ou em outras cidades.

Sendo assim, a família foi para uma cidade em Goiás, passar 4 semanas na organização, trabalhando em estâncias e acampamentos.
Era um lugar muito grande, com vários apartamentos, hall, ranchos, salas, caminhos na mata, bares e piscinas.

Durante esse tempo, o filhinho do casal corria pra lá e pra cá, sempre feliz e brincalhão. A esposa trabalhava no que podia, já que passava a maior parte do tempo olhando aquele menininho tão esperto que não se cansava nunca! O descanso vinha quando ele ficava no parquinho, brincando na areia e nos brinquedos, ou quando iam juntos para a piscina nas horas vagas.

O tempo passado ali foi muito bom! Fizeram novos amigos, aprenderam, cresceram em Deus, divertiram-se, cantaram, apresentaram peças teatrais, cortaram grama, pintaram, cuidaram de crianças, deram estudos para adolescentes, aconselharam jovens e adultos, orientaram, riram e choraram.

No dia-a-dia daquela agitação toda, algo inusitado aconteceu. O filhinho deles estava com a mãe, enquanto ela conversava com uma pessoa. Então ele perguntou pelo papai, que estava a 100 metros dali. A mãe concordou que o menino fosse até o pai, acompanhando-o com o olhar. Quando eles se encontraram, ela sossegou e continuou a sua conversa.

O pai, por sua vez, estava ocupado. Abraçou o filho, o beijou e o colocou de volta ao chão, imaginando que a mãe ainda estava de olho nele. O menino correu e quando o pai viu que ele ia de encontro à mãe, parou de observá-lo, imaginando que ele chegaria até ela. Mas, resolvendo mudar de direção, o menino foi embora sem que o pai ou a mãe o vissem.
Após 15 minutos, ambos estavam sossegados. A mãe imaginando que o filho estava com o pai. O pai imaginando que o filho estava com a mãe. Quando ele a olhou e viu que o menino não estava com ela, correu perguntar:
- Amor, cadê o nosso filho?
- Ué, não está com você?
- Não!
- Meu Deus, eu pensei que ele estava com você esse tempo todo! Eu vi você pegá-lo no colo!
- E eu vi ele correndo pra encontrar com você!
- Meu Deus!!! Vamos procurá-lo!

O coração disparou, o estômago gelou. Onde estaria aquela criança de dois anos e meio? Os dois corriam de um lado para o outro, perguntando a todos: "Vocês viram o nosso filho? Nos ajudem a procurá-lo, ele sumiu!".

Em poucos minutos toda a equipe que trabalhava nas estâncias e acampamentos estavam correndo por cada canto, procurando pelo menino tão querido por todos. Mais de 30 minutos se passaram e nada de encontrá-lo. Alguns procuravam pelos apartamentos, outros pelos caminhos de terra e mato, outros pelos ranchos, alguns pelo estacionamento e pelas casas ao redor. Nada.

Depois de 50 minutos, uma das pessoas que o procurava gritou:
- Gente, alguém acabou de dizer que viu uma criança indo para o lado das piscinas! Vamos até lá!

Naquela altura dos acontecimentos a mãe já não tinha forças para correr. Ao imaginar que seu filho poderia ter caído em uma das piscinas as suas pernas bambearam, ela começou a tremer e a perder o fôlego.
- Gente... por favor... vão na frente... corram... por favor...

Chegando na área das piscinas, todos olhavam desesperados para o fundo de cada uma delas. Nada de encontrar o menino. Foi quando um homem que estava ali por perto disse:

- Vocês estão procurando por um menininho de uns dois anos? Ele estava aqui, na beirada da piscina. Ele estava com dois cavalinhos de plástico nas mãos, então ele os jogava na piscina e depois mexia na água, debruçado na beirada, pra que os cavalinhos chegasse até ele novamente. Quando percebi que não vinha nenhum adulto, perguntei onde estavam o papai e a mamãe dele. Ele respondeu "tão lá em cima!". Então eu disse pra ele voltar pro lugar onde eles estavam. Ele saiu daqui já há algum tempo.

A correria continuou. Todos se separaram e voltaram a procurá-lo. Foi quando viram o pequeno fugitivo entrando no hall que dava acesso ao refeitório. Quem viu, gritou "olha ele alí no hall"! A mãe, aos prantos, correu até ele e o abraçou. Soluçando muito, o beijava sem parar e dizia "meu amor, meu amor"...

O pai correu para abraçá-los e ficaram os três ali por um tempo, juntos, louvando e agradecendo a Deus pelo livramento dado por Ele. Aquele menino poderia ter se perdido no meio da mata, se machucado ou até caído na piscina e se afogado. Mas ele estava vivo e bem. Graças a Deus.

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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Cap.16 - Você acredita?

"Ao Senhor clamo em alta voz, e do seu santo monte Ele me responde". (Salmos 3:4)

A noite era de festa. Todos os colegas e amigos da classe daquela família se encontrariam em uma churrascaria para celebrar aquele ano tão gostoso que estavam passando juntos.

A hora chegou e eles, já prontos, começaram a sair de casa. Foi quando ela se lembrou:
- Quase estava saindo sem levar lápis de cor e papel pro nosso filho se distrair na mesa!
Lápis e papel na mão, seguiram rumo à churrascaria.

Chegando lá, sentaram-se com outra família de amigos, pai, mãe e filhinha. cujo chamado missionário era intenso e estavam no seminário para se prepararem para irem ao campo no futuro.

A noite se seguiu com muitas conversas, risadas e boa comida.

Como era gostoso, em meio a tantos estudos e tarefas, poder passar uma noite assim com os amigos!


O filho deles, feliz da vida, pintava os seus desenhos mostrando-os para quem chegasse perto. A filhinha do outro casal, um pouco mais nova que ele, sentiu muita vontade de pintar desenhos também. Sua mãe pediu uma folha e um lápis e ele, com um sorriso grande no rosto, emprestou. A partir dali os desenhos e rabiscos se tornaram verdadeiras obras de arte naquela mesa de churrascaria! Mal sabiam que algo terrível estava para acontecer.

Quando todos estavam conversando, ouviram um grito da menina. Ela havia, sem querer, enfiado o lápis dentro do olho. A mãe, desesperada, gritava por ajuda e tentava abrir os olhos da filha para que pudesse ver a gravidade do acidente. Ao conseguir abrir, viu que a córnea do olho esquerdo havia sido riscada profundamente.

- Meu Deus! Meu Deus!
Aquela mãe, chorando apavorada, levou a sua filha para o banheiro numa atitude de desespero, pensando em pelo menos lavar o olho da criança enquanto nada poderia ser feito. Tudo foi tão rápido que quase ninguém percebeu o que havia acontecido.

A mãe do menino correu junto a ela acompanhando-a. Chegando lá puderam ver com mais calma. A córnea estava gravemente comprometida. Ao tapar o olho bom, a menina não conseguia enxergar nada com o olho afetado. Naquele momento ela começou a lembrar de todas as vezes em que viu Deus agir milagrosamente em sua vida e na vida de tantos queridos. Lembrou-se de que nada é impossível para Deus. Então, respirando fundo, colocou a menininha sentada em cima da pia. Olhou para ela e disse:

- Lindinha, olha aqui pra tia. Você acredita que o Papai do Céu pode curar o seu olhinho?
- Acredito.
- Então vamos pedir pra ele curar?
- Vamos.
- Então coloque sua mãozinha em cima do seu olho. Isso. Agora eu vou colocar a minha mão também, tá? Pronto. Agora vamos orar?
- Vamos.
- Então a tia vai orar e você vai repetir, tá bom?
- Tá...
- Vamos lá. Papai do Céu...
- Papai do Céu...
- por favor...
- por favor...
- cura o meu olhinho...
- cura o meu olhinho...
- em nome de Jesus...
- em nome de Jesus...
- amém.
- amém.
- Agora vamos tirar a mão. Pronto. Pode abrir os olhos.

Quando ela abriu os olhos, disse:
- Tia, eu tô vendo de novo!

Elas mal podiam acreditar! O risco havia desaparecido! Não havia nada, absolutamente nada, até a vermelhidão havia sumido. As duas amigas se abraçaram a choraram muito, agradecendo e louvando a Deus por aquele milagre maravilhoso.

Naquela noite de festa, dentro do banheiro de uma churrascaria, Deus derramou a sua cura e o seu poder, para a sua honra e glória.

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